Dino chega a Natal e promete reestruturação do sistema prisional do RN

   Crédito: Bruno Esaki

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, desembarcou em Natal, capital do Rio Grande do Norte (RN), na noite deste domingo (19/3), para acompanhar a atuação das forças de segurança na tentativa de conter a onda de criminalidade e violência que assola o estado há seis dias.

Segundo o ministro, a visita tem como objetivo elaborar um plano de “reestruturação do sistema penitenciário” do Rio Grande do Norte. Dino tem uma reunião prevista, ainda na noite deste domingo, com a governadora Fátima Bezerra (PT) e com a equipe do Executivo estadual. Na manhã de segunda (20/3), o encontro será estendido aos demais poderes estaduais.

“Hoje pela manhã fizemos uma reunião por telefone com a governadora e com o presidente Lula, e o sentido principal dessa visita, além de entender a dimensão da crise, é dimensionarmos apoio financeiro ao Rio Grande do Norte, para que tenhamos uma reestruturação do sistema penitenciário aqui do RN, com investimentos em estrutura física”, explicou Dino.

A proposta é direcionar verbas para a compra de mais viaturas e armamentos e para reformas estruturais no sistema de segurança estadual que já existe, além da construção de novas unidades prisionais.

Nesta semana, diversas cidades potiguares foram alvos de ataques promovidos por uma facção criminosa, que lançou ofensivas contra órgãos públicos, delegacias de polícia e veículos da frota de transporte público.

Para conter o rastro de destruição provocado no Rio Grande do Norte, o governo estadual conta com o apoio de mais de mil agentes cedidos da Polícia Rodoviária Federal, da Força Nacional, da Polícia Penal Federal e dos estados vizinhos. Segundo o ministro, aproximadamente 700 agentes policiais das forças reforçam a segurança no estado.

Dino destacou que a visita também tem como objetivo reafirmar a confiança na governadora do estado. “Estamos aqui pra dizer que esse apoio não tem limites. Esse limite é dado pela sociedade”, prosseguiu.

“Esse apoio se traduziu no envio de aproximadamente 700 policiais das várias forças, que estão aqui”. Ao todo, o governo federal já enviou R$ 5,3 milhões ao Executivo estadual do RN.

“Quero deixar uma palavra de tranquilidade progressiva, no sentido de que acreditamos firmemente que, assim como houve um decréscimo significativo dia a dia na semana pretérita, assim será na semana que hoje se inicia. No sentido de que hoje os indicadores serão reclinantes até o pleno estabelecimento da ordem pública, que é o nosso objetivo”.

Atividade criminosa
O número de ataques criminosos que atingem diversas cidades do Rio Grande do Norte teve queda de 85,5% ao longo dos últimos seis dias, segundo a Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social do estado.

A onda de violência começou na madrugada da última terça-feira (14/3); foram registrados, até sábado (18/3), 273 atos de vandalismo, somando casos tentados e consumados. No último sábado (18/3), a Secretaria de Segurança Pública contabilizou 15 crimes, o que equivale a uma queda de 85,5% ao longo de cinco dias.

Segundo investigações, as ações criminosas são ordenadas por uma facção que não aceita a transferência de líderes do crime para presídios fora do estado.

As forças de segurança do Rio Grande do Norte prenderam, até a noite deste domingo (19/3), 126 suspeitos de participação nos atos criminosos. Além disso, foram apreendidas 36 armas de fogo, 98 artefatos explosivos, 26 galões de combustíveis, motos e carros, dinheiro, drogas, munições e produtos de furto.

Operação contra facção
Na sexta-feira (17/3), as forças de segurança realizaram uma operação contra a facção suspeita de articular a onda de violência. A ação foi realizada em conjunto com as polícias Civil, Militar e Federal. Segundo a secretaria de segurança pública, 18 suspeitos foram presos, e um morreu em confronto.

O grupo alvo da operação, uma espécie de célula da facção, é liderado por José Kemps Pereira de Araújo, de 45 anos, conhecido como Alicate. Ele está preso e foi transferido da penitenciária de Alcaçuz para o presídio federal de Mossoró na última terça-feira (14/3), como medida do governo para tentar conter as ações criminosas no estado.

O grupo criminoso, que é investigado desde 2022, movimentava aproximadamente R$ 150 mil por mês com tráfico e assaltos. Além dessas atividades ilícitas, a organização tinha como característica principal matar e atentar contra agentes de segurança pública. Pelo menos quatro policiais foram alvo de atentados nos últimos cinco anos.

A suspeita da polícia é que as pessoas ainda em liberdade estivessem cumprindo as ordens de Alicate. Os mandados eram cumpridos em Natal, Parnamirim e Nísia Floresta, na região metropolitana da capital do Rio Grande do Norte.

Com informações do Metrópoles/adaptação

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