Bolsonaro pode se tornar inelegível até 2030 por suposto abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. As acusações estão relacionadas a uma reunião realizada com embaixadores em julho do ano passado para tratar do processo eleitoral.
“Atualmente, está pintando um julgamento político. Eu não sei até o dia 22, o que pode mudar. Agora você pode ver, o próprio relator [ministro Benedito Gonçalves], ele é uma pessoa parcial. Você vê as manifestações dele. Missão dada é missão cumprida. Isso aí atenta contra a lisura do tribunal. Não quero tomar o TSE por imparcial, agora é o que está parecendo no momento, né? É o que está parecendo, pode até não se confirmar, é um tribunal político.” Afirmou o ex-presidente. “A reunião com os embaixadores foi fora do período eleitoral. Não foi durante os 45 dias [de campanha]. O que o TSE tem a ver com isso?”. Continuou Bolsonaro, reafirmando ser a atitude, uma prerrogativa do presidente em exercício.
O ex-presidente vai acompanhar de Porto Alegre o julgamento que pode definir seu destino político.
Sobre os documentos encontrados com ex-assessores durante as investigações dos atos do dia 8 de janeiro, a Polícia Federal achou na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o que seria a minuta de um golpe de Estado, além de instruções de um suposto golpe no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Sobre essas questões o ex-presidente afirmou que “eu friso ainda, esses papéis que estão aparecendo, mostrem eles na íntegra. Eu critico a grande mídia. A imprensa tem que exigir esses papéis. Eu quero ver a minuta do Anderson Torres. Eu quero ver agora esse artigo 142, se fala até em Estado de sítio, tem que mostrar o que é Estado de sítio e mostrar o papel. E não é crime você discutir o 142 [artigo da Constituição]. Estado de sítio, defesa, intervenção federal, isso não é crime, tudo está previsto na Constituição. Agora isso até poderia ser crime se fosse algo anormal, depois da assinatura do presidente. Jamais um presidente golpista vai recorrer à Constituição para respaldar o golpe”.
Diário Atual/Redação