Na cidade de Fray Bentos, separada pelo rio Uruguai da cidade argentina de Gualeguaychu, facilmente acessível por ponte, um trabalhador do comércio local por nome Romero, afirmou, “Fomos duramente atingidos em termos de mantimentos e produtos de limpeza”.
A gerente de um supermercado uruguaio disse que seus clientes fazem cada vez mais viagens de um dia à Argentina, em busca de pechinchas, o que tem causado quedas bruscas nos negócios.
Com uma inflação de mais de 100% e o peso argentino com perda de cerca de 25% de seu valor em relação ao dólar este ano, a fronteira da Argentina com o Uruguai passa a ser o que tem sido chamado de “turismo ao supermercado”.
Quanto ao Uruguai, por sua vez, a inflação anual está em 6% e em relação ao dólar, a moeda local se fortaleceu amplamente.
Dono de uma farmácia em Fray Bentos, Abelardo Alzaibar, disse que mesmo com os incentivos implementados pelo governo do Uruguai, a disparidade de preços cria “enormes” problemas para a sobrevivência do comércio local.
“Há estabelecimentos fechando, lojas endividadas e evidentemente nenhum sinal de que isso vai acabar logo”, declarou.
“Lá no Uruguai o combustível custa setenta pesos (1,58 dólar) por litro e aqui na Argentina pagamos vinte pesos (0,53 dólar), então é muito melhor para nós”, disse Robert de Lima, que vai do Uruguai até Gualeguaychu, na Argentina, gastando por volta de 40 minutos.
Altos níveis de desemprego e falências foram relatados nas cidades fronteiriças.
O governo do Uruguaio introduziu medidas econômicas no último mês de maio, para ajudar a proteger os comerciantes incluindo isenções fiscais e descontos em gasolina e medicamentos.
O governo Uruguaio reconhece sérios problemas com preços tão baixos na Argentina e o presidente Luis Lacalle Pou, tem exigido dos governadores regionais a implementação de um imposto de importação temporário sobre mercadorias estrangeiras transportadas pela fronteira.
Diário Atual/Redação
