Vereador  Sandro Fantinel pediu para vinícolas “não contratarem baianos”

   Foto: Metrópoles

O vereador Sandro Fantinel (Patriota), de Caxias do Sul (RS), que criticou os trabalhadores baianos resgatados em situação análoga à escravidão em uma empresa de Bento Gonçalves (veja vídeo abaixo), é empresário, defensor do setor agrícola e apoiador de primeira ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O parlamentar usou a tribuna da Câmara municipal, nessa terça-feira (27/2), para dizer que os baianos “vivem na praia, tocando tambor” e, por isso, “era normal que se fosse ter esse tipo de problema”, em referência aos trabalhadores de vinícolas explorados no interior do estado.

“Todos que têm argentinos trabalhando hoje só batem palmas. São limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantém a casa limpa e no dia de ir embora ainda agradecem o patrão. Agora com os baianos, que a única cultura que eles têm é viver na praia tocando tambor, era normal que fosse ter esse tipo de problema”, disse o vereador.

Fantinel foi eleito em 2020 para o primeiro mandato como vereador de Caxias do Sul, após deixar a candidatura a deputado federal em 2018 para se dedicar exclusivamente à campanha do ex-presidente Bolsonaro.

Em 2022, o parlamentar concorreu ao cargo de deputado estadual pelo Rio Grande do Sul, mas não foi eleito.

Antes da carreira política, o vereador nascido no distrito Fazenda Souza, em 20 de abril de 1968, foi empresário ligado ao agronegócio por um longo período.

Em maio de 2017, criou a Comissão Pró-Bolsonaro 2018, “um grupo de empresários de direita que desejavam mudanças no país”, segundo informações da Câmara de Vereadores da cidade.

Fantinel foi eleito com 1.756 votos para a Câmara Municipal, com a proposta de defender a criação de escolas cívico-militares e o projeto Escola Sem Partido.

Processo na comissão de ética
Em dezembro de 2021, Fantinel enfrentou um processo na Comissão de Ética Parlamentar (CEP) do Legislativo municipal. O político criticou a vacinação contra a Covid-19 no país, e defendeu que vereadores que não pretendem se vacinar estariam preocupados com possíveis sanções da prefeitura.

Na ocasião, ele teria insinuado que 16 vereadores, que assinaram indicação ao Executivo pela adoção do chamado passaporte sanitário para acesso a estabelecimentos em Caxias, teriam coagido o prefeito Adiló Didomenico (PSDB).

Ao acusar os parlamentares de coação, o vereador estaria contrariando o Código de Ética. Após avaliação da comissão, o processo foi arquivado.

Nova Constituição
Meses antes, em agosto de 2021, o vereador se envolveu outra polêmica, dessa vez ao se pronunciar sobre a reforma administrativa proposta pelo governo Bolsonaro. Na ocasião, Fantinel atacou a Constituição e debochou da morte do deputado federal e presidente da Assembleia Constiutinte, Ulysses Guimarães, em um acidente de helicóptero, em 1992.

Segundo o vereador, a Constituição brasileira “nasceu morta”, e “não presta”, pelo número expressivo de emendas. Ele defendeu ainda uma nova Assembleia Constituinte.

“A saída para o nosso país, infelizmente, é uma nova Assembleia Constituinte, porque com essa Constituição o nosso país está fadado ao colapso. […] O funcionário público não tem culpa. Ele simplesmente está encaixado no sistema, um sistema que foi criado por corruptos, cujo um deles nem a graça de ser enterrado teve, porque se perdeu no mar, e o tubarão que dele se alimentou deve ter morrido”, disse Fantinel.

Com informações do Metrópoles/Adaptação

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