Transporte público e sono ruim

   Foto: Escotilha

“Tem dias que eu chego na rodoviária e o cobrador precisa me acordar”, afirma a senhopra Ângela Maria, 46 anos, ao se referir ao percurso que faz todos os dias em direção ao seu local de trabalho.
A diarista acorda às 5h para chegar ao trabalho às 7h20. São necessárias duas conduções para realizar o trajeto, e ainda trabalhar uma média de oito a nove horas por dia. “Eu só durmo direito no sábado e no domingo. Durante a semana, não dá”, ela destaca.

Debora Pereira, 32 anos, moradora de Águas Lindas, diariamente leva de três a quatro horas de viagem em uma condução expressa para Brasília.
“Dependendo do horário de trabalho, é preciso acordar muito cedo. Com os afazeres de casa, até o momento que você puder deitar para relaxar o corpo, já são quase meia noite, ou quase na hora de levantar para voltar para o trabalho”, queixa-se.

No Distrito Federal, quem faz uso de ônibus e metrô enfrentam o percurso com maior distância média do Brasil, de 12,41km por trecho, segundo o Relatório Global sobre Transporte Público de 2022, feito pela empresa Moovit e divulgado em janeiro deste ano.
A empresa também aponta que 39% das viagens em Brasília percorrem pelo menos 12km — o que o levantamento considera uma longa distância. O mesmo documento mostra que a capital federal está entre as 15 cidades com maior tempo de espera para pegar transporte público no mundo.

O engenheiro de trânsito do Ceub, Luango Ahualli, corrobora com os dados da pesquisa e vai além. “Em média, o brasiliense gasta 96 minutos no transporte público, por dia. É algo ruim”, ele aponta. Para Ahualli é necessário considerar que os trajetos no DF são longos.

Segundo o engenheiro de trânsito, uma possível solução para isso está relacionada ao transporte público. “Todos somos afetados pela ineficiência do transporte público no DF. Se ele fosse um pouco melhor, no sentido de passar na hora que está marcado e ter um conforto considerável, mais pessoas topariam fazer essa troca do particular para o coletivo”, acredita. “Com isso, teríamos uma diminuição dos usuários de transporte individual e um aumento dos que usam o coletivo. Isso geraria um crescimento da receita — algo que poderia ser utilizado para melhorar o próprio transporte coletivo — e a gente teria um maior desafogamento nas vias, para todos os tipos de usuários”, prevê o especialista.

Com informações do Diário Atual/Redação

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