Crime organizado ameaça soberania da Amazônia, diz Barroso

   Foto: Gazeta do Povo

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta quarta-feira, 17, que a soberania da Amazônia está ameaçada pela escalada da violência. “O Brasil corre risco de perder a soberania da Amazônia, não para outros países, mas para o crime organizado”, disse no Fórum Econômico Mundial, em Davos.

Barroso elencou a segurança pública como o principal desafio econômico da América Latina e pontuou as “potencialidades” a serem exploradas nos países. Citando a Amazônia, o ministro disse que a região “pode e deve assumir o papel de grande liderança global” em assuntos ambientais.

É justamente a violência, avalia Barroso, que pode afetar a exploração desse potencial. Em entrevista à GloboNews após a participação no painel, o presidente do STF chamou a atenção para a “perda da soberania” para facções criminosas. Aos problemas que já assolavam a região, tais como “a extração ilegal de madeira, a mineração ilegal, a grilagem de terras e as queimadas”, somou-se a escalada do crime organizado. “Também passou a ser rota do tráfico”, disse o ministro.

“Essa é uma guerra que nós estamos perdendo”, reforçou o presidente do Supremo. “Não importa a visão de cada um sobre o endurecimento da repressão ou sobre as experiências de legalização que há em outros países. Seja qual for o caminho que se escolha, nós temos que partir do pressuposto que o que nós estamos fazendo não está dando certo”, disse Barroso, ressaltando a importância para uma política de segurança pública mais “abrangente”.

Entenda a escalada do crime na Amazônia
A Amazônia tem se consolidado como um dos epicentros da atuação do crime organizado no Brasil. Ao menos 22 facções disputam o controle das rotas para o tráfico de drogas em Estados brasileiros da região.

Entre as organizações criminosas, há o Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV), as mais estruturadas do Brasil, mas até criminosos de outros países se envolveram na disputa. Das 22 facções identificadas na região, cinco são estrangeiras. É o caso das frentes Carolina Ramirez e Acácio Medina, dissidências das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Segundo o Relatório Mundial sobre Drogas 2023, publicado anualmente pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), as facções são diretamente responsáveis pelo agravamento de outros problemas, como queimadas, garimpo e grilagem, citados por Barroso.

O que é o Fórum de Davos?
O Fórum de Davos é um encontro anual tradicionalmente realizado no mês de janeiro em Davos, na Suíça, que reúne os principais líderes do setor privado global. Líderes políticos, como chefes de governo e ministros de Estado, também são convidados para o encontro, que conta com palestras, seminários e painéis sobre desenvolvimento econômico.

Neste ano, além de Barroso, o Brasil está representado na conferência por Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, Nísia Trindade, da Saúde, Alexandre Silveira, de Minas e Energia, e Celso Amorim, assessor de Assuntos Internacionais. Além de Lula, o ministro da Fazenda Fernando Haddad foi uma ausência sentida como “lacuna” na presente edição do encontro.

Com informações do Terra/Diário Atual

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