DF está apreensivo quanto a facilidade e o grande consumo de crack

   Foto: EPITÁCIO PESSOA/ESTADÃO CONTEÚDO

De acordo com dados da Polícia Civil foram mais de 144kg de crack retirados de circulação em 2022. As forças de segurança pública apreenderam a maior quantidade da droga desde 2018.

E ainda assim, o consumo do crack continua crescendo no Distrito Federal.

Raphael Boechat, professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB), explica. “Por ser fumada, a área de absorção do pulmão é muito grande e, desta forma, cai imediatamente na corrente sanguínea, causando os efeitos muito rápidos. Só que eles passam mais rápido também, por isso tem que ser fumado mais vezes”, afirmou ele.

O psiquiatra continua a explicar que, uma vez que a pessoa foi intoxicada pelo crack, ela pode sofrer graves perigos de saúde, como: parada cardiorrespiratória e criar tolerância à substância, fazendo com que o usuário precise cada vez mais da droga para ter o mesmo efeito que tinha antes, o que agrava potencialmente o vício e os males de saúde.

“Por isso, o tratamento não é fácil. Por ser barata e seus efeitos serem passageiros, dificilmente o usuário faz apenas uma inalação. Isso só aumenta a dependência”, argumenta. “Pessoas que não têm dinheiro, às vezes nem para comer, conseguem comprar o crack que de certa forma, inibe o apetite e tira a fome. Essa questão acaba incentivando o uso”, conclui.

A Secretaria de Saúde (SES-DF) se manifestou por nota, informando que o atendimento aos dependentes químicos têm sido realizados por meio das sete unidades do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPS AD).

Outros projetos como a Fazenda Esperança, que está presente em 26 países, com 164 unidades, uma delas no DF, é mais uma alternativa para quem busca recuperação.

Há também uma casa feminina, localizada em Brazlândia, onde mulheres podem passar pela reabilitação. O processo de recuperação adotado pela entidade tem 12 meses de duração.

A vice-governadora do DF, Celina Leão (PP), assinou no início de julho, licença ambiental para obras de ampliação da Fazenda da Esperança. O novo espaço terá capacidade para até 130 internos homens, que terão acesso a tratamento gratuito.

“Sabemos o quão importante é fazer o tratamento dos dependentes químicos e tenho certeza que Brasília será vitrine para esse trabalho de excelência feito pela Fazenda da Esperança”, disse Celina. “As comunidades terapêuticas são um braço forte para atender as pessoas que mais precisam quando o Estado não consegue acessar todas elas”, completou.

Onde Procurar Ajuda
CAPS AD II — Atende pessoas maiores de 16 anos que apresentam sofrimento mental grave e persistente decorrente do uso nocivo e da dependência de álcool e outras drogas. Funciona de segunda a sexta-feira, em horário comercial;

CAPS AD III — Atende pessoas maiores de 16 anos que apresentam sofrimento mental grave e persistente decorrente do uso nocivo e da dependência de álcool e outras drogas. Proporciona serviços de atenção contínua, com funcionamento 24 horas, incluindo feriados e finais de semana, e acolhimento noturno.

Diário Atual/Redação

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