Dois médicos estão sendo denunciados por mais de 50 mulheres por realizarem cirurgias plásticas malfeitas no Rio de Janeiro e na Bahia. Os médicos são: Gilberson Vanderlei e Rossini Tebaldi Ruback. Os dois têm milhares de seguidores nas redes sociais e exibem fotos de corpos esculturais e modelos que passaram por suas cirurgias. Mas, na verdade, as pacientes sofreram complicações graves. Há relato até de procedimento realizado sem anestesia.
Uma paciente por nome Jaqueline fez a primeira denúncia, expondo o caso na internet. Isso chamou a atenção de outras vítimas que acabaram se juntando e formando um grupo para denunciarem os médicos.
Só em Porto Seguro na Bahia, são 18 mulheres que buscam a Justiça contra os procedimentos feitos pelo doutor carioca Gilberson, que em seus contratos para a prestação dos serviços médicos, incluía uma cláusula de sigilo completo caso houvesse qualquer tipo de sequela, com multa de R$50 mil e mais 30% do valor da cirurgia.
O cirurgião Rossini Ruback é acusado de erros médicos por pelo menos 40 pacientes.
O advogado Gustavo Azevedo representa 20 vítimas: “Todas, sem exceção, tiveram que retirar as próteses mamárias, reconstruir ou refazer as cirurgias.” afirma o advogado.
Uma paciente ganhou de presente dos filhos uma cirurgia no valor de R$18 mil. A cirurgia não deu certo, e, depois de 60 dias, ela teve de retirar a prótese, e isso, sem anestesia. “Ele começava a apertar o peito. Eu gritava, gritava. Ele dizia: ‘Calma, vai passar’. Não deu mais anestesia, cortou na raça. Sem anestesia, tirou a prótese novamente. E aí eu fui gritando, gritando”, relata a vítima.
Algumas pacientes refizeram as cirurgias com outros médicos, mas nem todas as vítimas têm essa oportunidade.
Em Itabuna e Porto Seguro na Bahia, a Polícia Civil investiga oito denúncias envolvendo os dois médicos.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica acompanha os casos denunciados e faz um alerta:
Verificar se o médico possui especialização em Cirurgia Plástica, consultando no nome do profissional no site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica;
Entrar no site do Conselho Federal de Medicina e validar se o médico possui o RQE (Registro de Qualificação de Especialidade);
Pesquisar sobre o local onde será feita a cirurgia no site da Anvisa para averiguar se há a infraestrutura adequada para a realização da cirurgia;
Certificar-se de que haverá equipe médica, com anestesista, acompanhando o cirurgião plástico.
Com informações do Diário Atual/Redação